O princípio norteador da ocupação do terreno parte da criação de uma barra contínua ao longo de suas divisas, consolidando a praça central sugerida pelo edifício original preservado.

 

Foi preciso aliar os critérios do extenso programa de necessidades e o desejo de manter grandes áreas abertas de convívio no térreo, estendendo os espaços públicos de praças do entorno e facilitando o acesso dos pedestres e ciclistas que chegam de pontos de acesso diversos ou que estão apenas de passagem, cortando caminho até seu destino.

 

A solução adotada foi tomar partido da topografia e subsolo semi-enterrado para ocupar parte do programa e utilizar a taxa de ocupação no térreo quase que por completo – consolidando o conjunto arquitetônico e prevendo áreas de expansão através da verticalização da barra, em espaços que na primeira fase são ocupados por terraços jardim.

 

Através do traçado de eixos, que unem pontos de interesse no terreno e em seu entorno, a barra é interrompida criando acessos, percursos e faixas de área verde, dando espaço à insolação dos ambientes e gerando os volumes independentes da TV e Rádio UFPR e do MAE.

 

Como resultado do traçado dos eixos o observador experimenta diversos percursos e perspectivas estimulados pela linha diagonal, e percorre facilmente de uma área à outra, uma vez que os edifícios propiciam um passeio contínuo pelo ambiente, livre de obstáculos.

 

Os edifícios da TV e Rádio UFPR e MAE têm sua altura definida pela edificação existente, que também exerce sua influência sobre a barra mais longa que se inclina em direção aos volumes independentes e quase os toca, garantindo a continuidade visual e a conformação do espaço central.

 

No espaço central, gerado pelo vazio entre os edifícios, está a praça central com arquibancadas. A praça é proposta como elemento estimulador da integração e comunicação entre os usuários do campus  e remete à Ágora da antiguidade clássica: um espaço democrático e multifuncional onde os cidadãos se relacionam.

 

Há um contraste entre as relações da barra principal e da praça central com seu entorno. A barra, localizada nos limites do terreno, atua como um filtro entre as relações da vida real e vida universitária, enquanto a praça central – como um furacão- reúne em seu centro uma profusão de ideias que serão transmitidas à sociedade.